Garimpeiros ainda aguardam autorização
Moradores de Serra Pelada desde a década de 1980, época em que foi descoberto ouro na região, cerca de 70 associados de cooperativas e pessoas da comunidade expuseram as dificuldades que enfrentam desde que chegaram ao distrito. Eles participaram da palestra Cooperativismo no Brasil, ministrada pela equipe de rondonistas da UnB em Curionópolis (PA) na tarde de quarta-feira, 24 de janeiro, na creche Antônia Pimenta de Moura.
Embora os garimpeiros não possam mais extrair ouro há mais de 15 anos, eles não arredam o pé de Serra Pelada porque acreditam que logo voltarão a explorar as terras. Mas isso depende de autorização do governo. Por isso, tantas pessoas reúnem-se semanalmente nas cooperativas e lutam na justiça pelo direito de suas terras. Hoje, o distrito tem cerca de nove cooperativas, que reúnem milhares de associados. A Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, por exemplo, tem 65,7 mil cooperados. A maioria, no entanto, mora em outras localidades.
De acordo com o assessor geral da Cooperativa de Desenvolvimento Mineral dos Garimpeiros de Serra Pelada (Cooperserra), José Luiz da Silva, depois de liberados os alvarás, o próximo passo das cooperativas será firmar acordos com empresas para exploração. "A maior parte da região só pode ser garimpada por meio da utilização de equipamentos. Todo objetivo das pessoas que estão aqui é explorar ouro, mas esbarramos na permissão do governo federal", observa Silva.
O garimpeiro Abel Leandro Ribeiro, 37 anos, é uma das pessoas que ainda está aqui à espera do ouro. Chegou quando tinha apenas 21 anos, mas não conseguiu enriquecer. Apesar do desemprego e de todas as dificuldades que enfrenta na serra, ele diz que não quer mudar para outro local e acredita que o garimpo será aberto ainda em 2007. "Foram 20 anos de trabaho e sofrimento naquele buraco. Não posso ir embora depois de tanto trabalho. Ainda vejo um futuro muito grande aqui", afirma Ribeiro.
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