Entrevista – Sebastião Curió Rodrigues de Moura Parte V - Militarismo X Política
UnB Agência – O senhor diz que militar não tem jogo de cintura para ser político, mas o senhor é prefeito, que é um cargo político. Como fica essa situação?
Major Curió – O militar não foi formado para política, foi formado para a guerra. Existem exceções. Um militar que foi um grande político, por exemplo, foi Jarbas Passarinho. Mas o militar foi formado para uma missão mais dura, mais direta, precisa. O político tem de ter jogo de cintura, contornar situações, fazer promessas ou deixar a entender que fará algo mesmo sabendo que não o fará. Sou um bom administrador, mas falho politicamente. Não empurro ninguém com a barriga. Se me pedirem favor, não dou o famoso jeitinho. Digo que não posso fazer. Sou direto.
UnB Agência – O senhor é a favor de um militar voltar a ser presidente do Brasil?
Major Curió – Não. Justamente pelo que eu disse. Existem exceções. Há militares que são mais flexíveis, que têm mais diálogo e jogo de cintura político. Sou a favor de o governo civil trabalhar em parceria com o militar, inclusive no combate à criminalidade. O apoio das Forças Armadas daria mais força e rigor ao combate.
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