26 janeiro 2007

Desenvolvimento de forma sustentável

A população do município de Curionópolis (PA) pode desenvolver atividades economicas que tenham baixo impacto ambiental - como fruticultura de espécies locais (como cupuaçu, açaí e cajá) e ecoturismo - e, ainda assim, gerar renda. Pensando nisso, o estudante do 15º semestre de Biologia da UnB Lucas Silveira Antonietto ministrou a palestra Desenvolvimento sustentável: melhor qualidade de vida na tarde de sexta-feira, 26 de janeiro. Ele foi um dos seis rondonistas da UnB que falaram ainda sobre temas como Cidadania, Educação Inclusiva e Saúde Ambiental.

Embora o encontro tenha contado com um público de apenas 12 pessoas, os assuntos tratados chamaram a atenção da comunidade. O paisagista Antônio Crispim (foto), 39 anos, por exemplo, considera fundamental trabalhar em prol da educação ambiental para que o município seja desenvolvido de forma sustentável. "Aqui, a população não tem a cultura de reciclar ou produzir adubo a partir de material orgânico. Além disso, a sujeira é um problema sério. As pessoas jogam lixo na rua diariamente”, critica Crispim.

Mas os problemas ambientais de Curionópolis não param por aí. Uma das principais fontes de renda do município é a pecuária, que tem impacto altamente negativo sobre as regiões florestáveis por conta do desmantamento para plantio de pasto. “As pessoas têm de tirar sustento da região de alguma forma. Então, é importante mostrar que existem soluções para diminuir os impactos ambientais e, mesmo assim, gerar lucro”, afirma o palestrante.

SOLUÇÕES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Composteira – instalaçao para produção de adubo a partir de lixo orgânico;
Biodigestores – sistema que transforma esgoto no combustível biogás;
Agrofloresta – união de várias cultura em um espaço, que evita prejuízos relacionados a monocultura, como perda de toda a plantaçao por conta de uma alteração climática.

Depois de uma semana, bate a saudade

Depois de uma semana de viagem, os rondonistas da UnB em Curionópolis (PA) começam a sentir saudade de casa. Distantes das famílias, dos amigos e do clima de Brasília, eles admitem: às vezes dá vontade de voltar para casa. Entre uma conversa e outra, é comum ouvi-los falar a respeito dos pais, dos namorados e de sua cidade. Mas, apesar da distância, a responsabilidade social e a satisfação de poder contribuir com o desenvolvimento de uma comunidade carente falam mais alto.

O estudante do 8° semestre de Psicologia da UnB Eduardo Guimarães Amorim, 23 anos, considera a experiência do Projeto Rondon enriquecedora. No início, confessa, ficou apreensivo por não conhecer ninguém da equipe. “Tornamo-nos companheiros. Mesmo assim, sinto falta da minha família e dos meus amigos. Também estranhei muito o clima, que é muito quente e úmido”, observa o rondonista.

VIVÊNCIA - O clima do Pará não é problema para o estudante do 6° semestre de Pedagogia da UnB Francisco Márcio Amado, 28 anos, que até considera a umidade da Amazônia Oriental agradável. O que o incomoda mesmo é a saudade da mulher e da filha. Embora Amado soubesse que ficaria tanto tempo distante de casa, não tinha noção de que sentiria tanta falta dos seus familiares. “Apesar disso, valeu a pena conhecer a realidade de Serra Pelada. Somente vivenciando é que podemos ter visão da complexidade dos problemas que a comunidade local enfrenta”, afirma o rondonista.

A situação é ainda pior para a estudante do 7° semestre de Medicina Veterinária da UnB Tainá Rangel Pinagé (foto), 22 anos. Após o término do Projeto Rondon 2007, ela parte direto para Belém (PA), onde ficará até março. Na cidade, fará o Estágio de Manejo de Animais Silvestres, no Museu Goeldi. “Já sinto falta da minha família e do meu namorado. Mas o bom daqui é que conheço novas pessoas e uma realidade diferente. Também é compensador poder ajudar a comunidade”, diz Tainá.

Educação ambiental na prática


O posto da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) de Curionópolis (PA) ganhará uma horta. A professora do Instituto de Artes (IdA) da UnB Maria Luiza Fragoso e o estudante do 15º semestre de Biologia da UnB Lucas Silveira Antonietto, 22 anos, plantaram sementes de pimentão, tomate, abóbora, melância e quiabo no local. Depois de brotadas, as mudas serão replantadas em canteiros.

De acordo com a professora, como a maioria das verduras compradas em Curionópolis vem de outros municípios, a idéia é ensinar a comunidade a aproveitar o espaço que tem. Além disso, a cidade tem muito lixo orgânico que pode ser utilizado como adubo. “A Funasa é um local que recebe muitas pessoas e onde os funcionários devem ensinar a população a se alimentar de forma saudável”, explica Maria Luiza.