30 janeiro 2007

Formação cidadã em Curionópolis

Atos simples como não jogar papel no chão, lutar pela preservação ambiental e participar ativamente da vida política da cidade podem melhorar a qualidade de vida de uma população. A aposta é do estudante do 6° semestre de Pedagogia da UnB Francisco Márcio Amado, 28 anos, que ministrou a palestra Cidadania na tarde de terça-feira, 30 de janeiro, no Teatro Municipal de Curionópolis (PA). Ele foi um dos seis rondonistas que falaram sobre temas como Educação Inclusiva, Saúde e Desenvolvimento Sustentável.

Amado discutiu os deveres e direitos do cidadão e levou os participantes do encontro a questionar qual seria a função do Estado e de cada um deles na sociedade. Para o estudante do 8° semestre de Psicologia da UnB Eduardo Guimarães Amorim, 23 anos, a educação inclusiva também é um exercício de cidadania. Isso porque, diz ele, o ensino é um direito de todos, independentemente de questões como religião, cor ou deficiência física.

A estudante Dâmaris Carvalho Ribeiro da Silva, 15 anos, considera importante a discussão sobre cidadania em Curionópolis. Ela aponta que, no município, as pessoas se envolvem muito politicamente em épocas como eleições, mas pecam na hora de cobrar seus direitos junto aos representantes no governo. “Por ver que questões como violência estão melhorando aqui, a população deixa de lutar por seus direitos. Mas ainda há muito o que fazer. Precisamos lutar por assuntos urgentes como saneamento básico e educação”, avalia Dâmaris.

Rondonistas visitarão Serra dos Carajás

Uma das maiores províncias minerais do mundo, a região de Carajás, localizada no município de Parauapebas (PA), foi descoberta em 1967. O complexo montanhoso que registra grandes reservas de ferro também contém depósitos de manganês e cobre, entre outros minérios. É para lá que os rondonistas da UnB que atuam em Curionópolis (PA) partem na manhã de quarta-feira, 31 de janeiro. Eles conhecerão as instalações da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), a mina de Minério de Ferro, o Núcleo Urbano e o Parque Zoobotânico do local.

De acordo com o coordenador da equipe de rondonistas da UnB, o professor do Instituto de Geociências (IG) da universidade Detlef Walde, a intenção da visita é conversar com os representantes da CVRD a respeito dos programas e projetos dela para o município de Curionópolis. Walde explica que a companhia já tem o Projeto Serra Leste, um programa de mineração que será instalado na cidade nos próximos anos.

Por meio desse projeto, a CVRD investirá na infra-estrutura e na criação de um programa agrícola em Curionópolis, entre outras áreas. “Traremos as informações para discuti-las com os gestores do município e analisar as novas tendências de mineração no local", diz o coordenador.

COMPANHIA VALE DO RIO DOCE
A CVRD está instalada na região dos Carajás desde 1968 e explora os imensos depósitos de minérios de ferro do local. Ela é responsável, junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por 1,2 milhão de hectares de florestas. Mas dos 412 mil hectares relativos a área do Projeto Ferro Carajás, apenas 1,6% são ocupados com as minas, com as instalações de beneficiamento de minério e o Núcleo Urbano.

Esse núcleo, por sua vez, foi instalado pela CVRD em 1986 para apoiar as operações de mineração iniciadas na região. Ele ocupa uma área de 308 hectares e possui todas as condições de conforto e segurança para acolher uma população de até 7.000 habitantes, entre empregados da Vale, de empresas contratadas e seus familiares, em 1.320 residências.