19 janeiro 2007

Rondonistas alojados em batalhão

As duas equipes da UnB que viajaram para Marabá (PA) na tarde de sexta-feira, 19 de janeiro, ficaram alojadas no 23 Batalhão de Logística de Selva do município, onde participarão de treinamento. Na manhã de domingo, 21 de janeiro, elas partirão para Curionópolis (PA) e São Pedro da Agua Branca (MA). Nessas cidades, atuarão no Projeto Rondon 2007 até o 4 de fevereiro.

Quem não está acostumado a ter hora marcada para realizar as atividades do dia-a-dia teve de se readaptar no batalhão. Isso porque, no local onde os rondonistas estão hospedados, os horários para o desenvolvimento de todas as atividades são rígidos. Na manhã de sabado, 20 de janeiro, por exemplo, eles terão de estar arrumados às 7h30.

Rondonistas desembarcam em Marabá

As duas equipes da UnB que atuarão nos municípios de Curionópolis (PA) e São Pedro da Água Branca (MA) no Projeto Rondon 2007 desembarcaram no Aeroporto de Marabá (PA) às 17h45 da sexta-feira, 19 de janeiro. Eles foram recebidos ao som da banda do 23 Brigada de Infantaria de Selva e puderam assistir a uma apresentação da dança Carimbó, típica do estado do Pará. A performance ficou por conta da Companhia de Daca, Talento e Arte da Escola Estatual de Ensino Médio Doutor Gabriel Pimenta de Marabá.

O vôo, que teve duração de cerca de 1h50, ofereceu a oportunidade de os rondonistas se conhecerem um pouco mais. Apesar das leves turbulências, eles conversaram descontraidamente e já demonstraram boa integração, o que é essencial para o desenvolvimento o projeto nos próximos dias. “O vôo foi tranquilo e pudemos conhecer melhor a equipe. Isso é importante porque teremos muito trabalho pela frente”, afirma a estudante do semestre de Gelologia da UnB Fabiana de Souza Pereira, 22 nos, rondonista do grupo de Curionópolis.

Durante o vôo, o coordenador geral do Projeto Rondon 2007 pelo Ministerio da Defesa, o general de Brigada Celso Krause, disse ter boas expectativas em relação ao desenvolvimento do projeto nos municipios. “Tenho certeza de que as equipes deixarao boas acoes na comunidade e de que os rondonistas retornarao para suas cidades com sua formacao muito enriquecida”, aposta o coodenador geral.

Emancipação no lugar do assistencialismo

A professora de Medicina da UnB Lenora Gandolfi, que coordena a equipe de sete estudantes que chega a São Pedro da Água Branca (MA) amanhã, foi rondonista em 1973 e 1974, anos em que deixou Florianópolis (SC) para atuar em Santarém (PA). Para ela, há uma grande diferença entre o projeto da década de 1970 e o de hoje no que diz respeito à preparação dos estudantes para desenvolver o trabalho no campo. “Naquela época, não passávamos por treinamento. Agora, os grupos se encontram todos os dias por mais de um mês para organizar o que desenvolverão”, compara.

Outro aspecto que ela destaca é a mudança do perfil assistencialista dos trabalhos, que ganharam caráter de educação, prevenção e promoção de saúde. Lenora e sua equipe ensinarão práticas de saúde integral a famílias e organizará oficinas sobre o tema com multiplicadores, os profissionais dos centros de saúde.

O coordenador-geral do Projeto Rondon, general de brigada Celso Krause, concorda com a professora Lenora sobre o distanciamento do assistencialismo. Mas, para ele, essa diferença se deve à nova dimensão do programa. “Na década de 1970, havia uma estrutura muito grande. O Rondon chegava até a montar campi das universidades. Não há como fazer isso hoje. A solução são as atividades de formação de multiplicadores”, explica.

*texto: Ismália Afonso, da Assessoria de Comunicação

Rondonista de carreira


Entre os 17 integrantes do projeto que partiram hoje, a mais experiente é, com certeza, a professora do Instituto de Artes da UnB Maria Luiza Fragoso, mais conhecida como Malu Fragoso. Na década de 1980, quando ainda era estudantes de Artes Plásticas, Malu foi rondonista por nada menos que cinco vezes.

Não satisfeita com a experiência, ao concluir a graduação, em 1984, morou durante um ano em Nova Xavantina (MT), onde desenvolvera anteriormente atividades dentro do Projeto Rondon.
Nessa época, a UnB tinha um campus avançado na cidade, então com cinco mil habitantes, e desenvolvia projeto de capacitação de professores. “Só voltei porque fiquei grávida”, lembra. Depois disso, Malu chegou a participar do treinamento para o Universidade Solidária, na década de 1990, mas não viajou para o interior.

A retomada do Rondon em 2005 foi a oportunidade para voltar ao projeto. “A gente aprende muito mais que a própria comunidade”, destaca a professora. Em sua visão, o mais importante dessa experiência é a verdadeira integração entre as diversas disciplinas, tão difícil no dia-a-dia da universidade. “Os alunos também podem perceber o valor do trabalho que desenvolvem, ao entrar em contato com realidades carentes”, diz.

*texto: Ismália Afonso, da Assessoria de Comunicação da UnB

Malas e espírito prontos

A preparação para o Projeto Rondon começa muito antes do embarque para as cidades. O primeiro passo é o envio das propostas para o Ministério da Defesa (MD), que as encaminha para os municípios participantes. Se aprovadas, os professores começam a montar suas equipes e desenhar com maior detalhe o trabalho que desenvolverão no campo. Em paralelo a isso, quem viajará toma vacinas e cumpre um treinamento de 30 horas ao longo de quase um mês.

O MD fica responsável pela logística e pelo transporte. Os municípios, pela alimentação e hospedagem. Em sua segunda participação no Rondon, o professor de Geociências da UnB Detlef Walde, diz que, em geral, as prefeituras os oferecem um pequeno hotel na cidade. “Mas se tivermos de ir a comunidades mais distantes, podemos montar algum acampamento. Só não dá para ficar à noite na floresta por causa da malária”, revela.

Caçula do grupo, a estudante do 8º semestre de Medicina Veterinária Patrícia Couto, 21 anos, vai para sua primeira viagem no projeto. Ela, que já tem experiência em atividades de extensão e de campo, acredita que a participação no Projeto Rondon será especial: deve ser a realidade mais pobre com a qual já se deparou nesses trabalhos. “Espero deixar algo de bom que possa ajudá-los a mudar seu dia-a-dia. Para mim, espero voltar com a consciência mais aberta do que, de fato, seja o país”, diz a universitária.

* texto: Ismália Afonso, da Assessoria de Comunicação da UnB

Expectativa na hora do embarque


Lá fora fazia um calor de mais de 30 graus. Dentro da sala de embarque da Base Aérea de Brasília, o clima era de expectativa entre os 17 integrantes das duas equipes da UnB que embarcaram hoje às 16h para as cidades de Curionópolis (PA) e São Pedro da Água Branca (MA), onde desenvolverão atividades dentro o Projeto Rondon nos próximos 15 dias.

Eles chegam ao destino final no sábado, dia 20, pela manhã. Antes disso, passam por um treinamento em Marabá (PA). De lá, o grupo composto por dez mulheres e sete homens – entre professores e estudantes – se separa. Os nove alunos coordenados pelos professores Maria Luiza Fragoso, do Instituto de Artes da UnB, e Detlef Walde, do Instituto de Geociências da UnB seguem para Curionópolis. Os outros sete, coordenados pela professora Lenora Gandolfi, da Faculdade de Medicina da UnB, vão para São Pedro da Água Branca.

A UnB já está com uma equipe trabalhando. No último dia 12, o primeiro grupo partiu para Fonte Boa (AM). Em 21 de janeiro, outras duas equipes irão para Camamu e Taperoá, ambas na Bahia.

* texto: Ismália Afonso, da Assessoria de Comunicação da UnB