23 janeiro 2007

Concentração e expressão criativa no Rondon 2007


A noite de terça-feira, 23 de janeiro, foi mais tranqüila para os rondonistas da UnB em Serra Pelada. A professora do Instituto de Artes (IdA) da universidade Maria Luiza Fragoso, subcoordenadora da equipe, ministrou aulas de alongamento, relaxamento, concentração e memória visual na Casa do Professor do distrito. Além dos estudantes da UnB, participaram 13 pessoas da comunidade.

De acordo com a professora, a intenção da aula foi aproveitar o espaço físico oferecido pela prefeitura, já que ele propicia esse tipo de atividade. "A idéia foi criar um momento de descontração e um ambiente informal entre a comunidade e os rondonistas", afirma a subcoordenadora. Ela destaca que o relaxamento faz com que as pessoas tenham consciência de que é importante cuidar do corpo. Além disso, os exercícios físicos fazem parte de temas como saúde e educação, que serão tratados pelos rondonistas nos próximos dias.

A agenda da equipe da UnB em Curionópolis (PA) já está lotada para a quarta-feira, 24 de janeiro. Às 9h, os estudantes ministrarão as seis Palestras Acolhedoras (veja abaixo) do projeto. O encontro será aberto para toda a comunidade. Já no período da tarde, eles apresentarão uma palestra sobre cooperativismo. Foram convidados pequenos produtores, integrantes de cooperativas associações e sindicatos de Serra Pelada.

TEMAS DAS PALESTRAS ACOLHEDORAS
1 - Cidadania;
2 - Educação Inclusiva;
3 - Educação Ambiental;
4 - Educação Astística e Esportiva;
5 - Saúde Preventiva a Doenças Sexualmente Transmissíveis e Dependências de Drogas;
6 - Saúde Preventiva Ambiental.

Educação afetivo-sexual em Serra Pelada

Os rondonistas em Curionópolis (PA) não tiveram descanso depois de chegar a Serra Pelada. Eles almoçaram na Casa do Professor, local onde realizarão as atividades no distrito, e logo deram início a uma oficina sobre educação afetivo-sexual nas escolas. Ao todo, estiveram presentes cerca de 55 pessoas.

Os professores, enfermeiros, técnicos, agentes de saúde, entre outros profissionais, expuseram os problemas que enfrentam em relação à educação afetivo-sexual nas salas de aula e na comunidade e discutiram possíveis soluções para eles. Hoje, o distrito de Serra Pelada tem uma escola de ensino infantil e quatro de ensino fundamental, que são sustentadas pelo município.

O ensino médio, por sua vez, é uma parceria entre Curionópolis e o estado do Pará. Nele, os alunos estudam cinco módulos por ano e, em três anos, concluem o curso. Os professores, que vêm de outros municípios, recebem alojamento e alimentação da Prefeitura e são pagos pelo estado.

Ao mesmo tempo em que os estudantes ministravam a oficina sobre educação afetivo-sexual, parte do egrupo de rondonistas da UnB caminhou pelo distrito para convidar a comunidade para as próximas atividades. Ainda na noite de terça-feira, 23 de janeiro, a professora do Instituto de Artes (IdA) da UnB Maria Luiza Fragoso, subccordenadora da equipe de rondonistas da instituição em Curionópolis, realizará uma oficina de arte com na Casa do Professor.

Garimpo que virou miragem

As equipes de rondonistas da UnB e da Fumec em Curionópolis (PA) já chegaram a Serra Pelada, distrito localizado a cerca de 50 quilômetros do centro do município. Logo na entrada, é possível perceber a carência da serra que um dia foi considerada o maior garimpo de ouro à céu aberto do mundo. Se na década de 1980 a região alimentou muita fantasia e cobiça, hoje, porém, ela é marcada pela carência e, aos olhos de muitos, não passa de uma miragem.

No local, não há asfalto nem saneamento básico. As casas, por sua vez, são de madeira. Morador do distrito, o agricultor Adeneldo da Silva Alves, 59 anos, chegou a Serra Pelada em maio de 1981. Oriundo de Codó (MA), ele tinha, assim como as 30 mil pessoas que vieram na época, o anseio de ficar rico. No entanto, o sonho dele não foi concretizado.

Hoje, ele mora sozinho em um barraco de madeira com três cômodos e chão batido e trabalha no plantio de capim e arroz da região. Diante dessas situações, Alves não esconde a voltade de voltar para o Maranhão. "Não voltei ainda porque não tenho dinheiro. Agora, só quem tira outro aqui são as firmas. A situação do garimpo não permite que os antigos garimpeiros trabalhem, por conta de falta equipamentos", diz o agricultor.

Patriotismo aflorado


As dificuldades que o município de Curionópolis (PA) enfrenta em áreas como educação, saúde e infra-estrutura, entre outros setores, não apagam o sentimento de patriotismo de sua população. Ele está presente, principalmente, nos atos do prefeito da cidade, o major Sebastião Curió Rodrigues de Moura, que hasteia a bandeira do Brasil todas as manhãs na Prefeitura.

Às 8h de terça-feira, 23 de janeiro, as equipes de rondonistas da UnB e da Fumec em Curionópolis participaram da solenidade no local. Além dos professores e estudantes, estiveram presentes funcionários da Prefeitura e pessoas da comunidade. “Não levantamos a bandeira em função de estarmos vivendo no passado, mas como uma recordação patriota. É como uma oração para tornarmos o nosso patriotismo mais forte”, explica o vice-prefeito Antônio César Nunes de Lima, que dirigiu a cerimônia, já que o major Curió está em período de férias.

O maratonista Ireno Moraes da Silva, 36 anos, acompanha a cerimônia todos os dias. Morador de Curionópolis desde 1981, quando veio do Maranhão em busca do ouro, ele afirma amar a cidade por conta de ela ser um lugar hospitaleiro. “As dificuldades não tiram o nosso amor pelo município. É muito importante vir aqui todos os dias porque esse é um ato público muito cívico e patriota”, diz Silva.

Agora, os rondonistas partem para Serra Pelada, distrito de Curionópolis. Eles ficarão lá até a quinta-feira, 25 de janeiro. No local, conhecerão a história dos primeiros garimpeiros da região e ministrarão palestras para a comunidade.